A adoção de um plano de mobilidade que ofereça diferentes opções de deslocamento pode ser fundamental para melhorar a mobilidade nas grandes cidades. Com o processo de urbanização e o consequente inchaço populacional das regiões centrais, a ampliação e integração entre diferentes meios de transporte público aparecem como soluções práticas para o cenário atual da mobilidade urbana.

O papel do transporte público nos centros urbanos e a importância do Plano Nacional de Mobilidade Urbana são abordados nesta redação produzida pelo aluno do Colégio Palmares, Marcelo Gomes Uehara.

Com o objetivo de fomentar o debate sobre mobilidade urbana e preparar os estudantes do ensino médio para um possível tema da redação do Enem, o Zul Digital elaborou um concurso de redações em parceria com o Colégio Palmares e as professoras Fernanda Ferreira dos Santos e Júlia Kodato.

As três melhores redações produzidas por alunos do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Palmares foram premiadas e selecionadas para serem publicadas na série “Desafios da mobilidade urbana” do blog do Zul Digital.


Desde o aumento exponencial da urbanização no mundo e no Brasil a partir do século XX, a mobilidade urbana tornou-se um um importante fator em decisões públicas. Percebe-se isso, por exemplo, na Lei 12.587, que obrigou municípios com mais de 20 mil habitantes a terem planos de mobilidade. Mesmo com essas medidas, mais há de ser feito.

A urbanização gritante no século XX, mais especificamente após a década de 40 no Brasil, foi acompanhada da consolidação do carro e do modelo americano de mobilidade, baseado em largas avenidas, rodovias e automóveis. No século XXI, porém, centros urbanos de milhões de habitantes são comuns, principalmente em uma nação de cerca de 200 milhões de habitantes como o Brasil. Neles, os efeitos da falta de preocupação no planejamento são notáveis. Em 8 deles, mais de 10% dos trabalhadores têm tempo de percurso casa-trabalho superior a 1 hora, majoritariamente por conta de engarrafamentos provenientes das grandes frotas de carros e motocicletas que dominam as metrópoles de países no mundo inteiro.

Além de consequências individuais, a sociedade como um coletivo se vê prejudicada por essa problemática. O uso consideravelmente maior de meios de transporte individual retira o senso de pertencimento municipal e integração socioeconômica de diferentes classes presentes em transportes coletivos. Em Bogotá,  a administração do prefeito Enrique Peñalosa, no começo da década de 2000, viu, depois do incentivo à redução de carros e ao uso de meios alternativos e coletivos, uma diminuição de congestionamento, emissão de gases e criminalidade. O último fator pode ser explicado pelo ex-prefeito da capital colombiana, a partir destas medidas sobre mobilidade como as TransMilenio e outras, ter criado a melhora dos sentimentos de pertencimento municipal e de igualdade.

Portanto, a fim de melhorar a mobilidade urbana brasileira, há de se ter maior foco do governo, em especial as instâncias municipais, em realizar o estabelecido em planos de mobilidade, com foco no incentivo ao transporte público e à diminuição de transportes particulares.


Confira também as outras redações premiadas: “Transporte sem destino” e “O custo da mobilidade”.