O rápido crescimento populacional nos grandes centros urbanos provoca uma série de problemas quanto às políticas de mobilidade urbana de uma cidade. Congestionamentos, trânsito lento e a inexistência de serviços em regiões mais afastadas do centro são consequências da falta de um planejamento público moderno e eficiente pensado para o futuro da cidade.

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Com o inchaço urbano, a demanda social por soluções práticas aumenta e as autoridades precisam correr contra o tempo para resolver problemas estruturais da cidade caso não queiram perder dinheiro. De acordo com levantamento realizado pela Quanta Consultoria, o Brasil perde R$267 bilhões por ano com congestionamentos.

Em meio a esse cenário caótico, a maneira como nos deslocamos passa por uma revolução liderada pela tecnologia, que constrói terreno para o futuro da mobilidade urbana baseado nos pilares do compartilhamento de veículos, automação e na substituição de combustíveis fósseis pela energia elétrica.

Ao redor do mundo, diferentes cidades desenvolveram e adotaram criativos programas de mobilidade urbana para solucionar problemas nos deslocamentos de seus cidadãos. E o time do Zul+ separou algumas delas para você conhecer:

No mundo

Helsinque e a mobilidade como um serviço

Helsinque, na Finlândia, já é considerada um cidade que alcançou a mobilidade do futuro graças à mobilidade como um serviço. Do inglês mobility as a service (Maas), o sistema é caracterizado por uma rede integrada e contínua de meios de transportes públicos e privados que o usuário pode acessar por um único aplicativo.

A mobilidade como um serviço não é um novo meio de transporte mas sim uma nova maneira de gerenciar o deslocamento. Ela reúne todas as opções de transporte e oferece a melhor solução ao usuário combinando ônibus, táxi, bike, metrô, carro e VLT de acordo com o trajeto. Lançado em 2017, o aplicativo Whim oferece planos de assinatura aos moradores e visitantes de Helsinque.

Rodovia para ciclistas na Alemanha

Uma Autobahn exclusiva para bicicletas. Essa é a ideia da chamada Radschnellweg Ruhr, a ciclovia em forma de estrada que permite o deslocamento de ciclistas por longas distâncias em uma estrutura ampla, contínua e integrada com cada cidade.

Inaugurada em 2016, a popularmente conhecida como RS1, previa que até 2020 a estrada já teria 101 km de extensão cruzando 10 cidades e 4 universidades. De acordo com os idealizadores, a RS1 tem potencial de tirar cerca de 50 mil carros das ruas por dia e reduzir a emissão de gás carbônico em 16,6 toneladas por anos.

colagem de diferentes ciclistas andando de bicicleta
No entanto, o projeto da autobahn para ciclistas ainda não se expandiu e conta com apenas 12 km de extensão entre as cidades de Essen e Mülheim.

Red Metropolitana de Movilidad no Chile

Anteriormente chamada de Transantiago, a Red Metropolitana de Movilidad é o sistema de transporte público urbano de Santiago no Chile. Inaugurada em 2007, a rede de transportes é caracterizada pela integração entre as linhas de ônibus e as estações de metrô.

O pagamento é totalmente eletrônico e é feito através do cartão Bip!, semelhante ao Bilhete Único utilizado em São Paulo. E o valor da passagem varia de acordo com o horário de pico, quando a passagem fica mais cara.

Em 2016, Santiago recebeu o Prêmio Internacional de Transporte Sustentável.

Park and Ride

O “Park and Ride” é um sistema de integração entre o transporte individual e o coletivo em que o condutor pode deixar o seu carro estacionado para utilizar o ônibus, metrô ou trem. Os estacionamentos gratuitos ficam localizados próximos dos terminais rodoviários ou estações de metrô e o usuário acaba pagando somente pelo valor do transporte.

pessoas em estação de metro na europa
A iniciativa estimula que motoristas acessem as regiões centrais da cidade a partir do transporte público reduzindo o congestionamento e as emissões de poluentes.

Cidades como Oxford (Inglaterra), Amsterdam (Holanda), Toronto (Canadá) e Melbourne (Austrália) são alguns dos lugares que utilizam o sistema “Park and Ride”.

Entenda a importância do estacionamento rotativo em uma cidade em nosso blogpost completo sobre a zona azul.

Pedágio urbano em Cingapura

A primeira cidade a adotar a política de pedágio urbano foi Cingapura, em 1975. A medida busca reduzir e desincentivar a utilização do automóvel em áreas centrais da cidade já que restringe o fluxo de veículos nos grandes centros urbanos. Ou seja, o motorista que quiser acessar as áreas mais movimentadas em em um carro, terá que pagar por isso.

Depois de Cingapura, cidades como Estocolmo e Londres também implantaram a medida que busca reduzir o congestionamento nas regiões centrais. Nova Iorque também adotou o pedágio urbano e todo o dinheiro arrecadado com a política de redução de congestionamento é investido no metrô da cidade.

Entenda por que existem pedágios entre as cidades aqui.

Semáforos inteligentes de Londres

A cidade de Londres, na Inglaterra, é uma das primeiras cidades a adotar o sistema de controle de tráfego adaptativo com os semáforos inteligentes. A partir da coleta de dados e monitoramento das vias, o dispositivo consegue detectar se um veículo está próximo ou não e decidir quando deve abrir ou fechar o sinal.

Os semáforos inteligentes têm a capacidade de priorizar o transporte coletivo e as bicicletas graças a seus sensores. O equipamento permite ajustes às situações em tempo real e tem como objetivo melhorar do fluxo do tráfego da cidade.

Mi Teleférico em La Paz

O sistema de transporte público por teleférico de La Paz, na Bolívia, surgiu em 2014 para conectar a cidade com El Alto, vencendo a geografia da região de altitude elevada, e solucionar o trânsito caótico. Atualmente, a rede Mi Teleférico conta com 10 linhas, 37 estações e 31,6 quilômetros de extensão.

rede de telefericos de la paz
Iniciativa recebeu o prêmio de mobilidade urbana no Smart City Expo 2019.

MagLev em Shanghai

Em Shanghai, o trem de levitação magnética MagLev consegue atingir a velocidade máxima de 431 quilômetros por hora e faz em pouco mais de 7 minutos um trajeto de 30 quilômetros entre o centro da cidade e o Aeroporto Internacional de Pudong. Para sua propulsão, o trem utiliza o princípio de atração e retração que se cria entre dois campos magnéticos, presentes tanto no trem quanto na pista.

No Brasil

BRT em Curitiba

O BRT (Bus Rapid Transit) é o sistema de ônibus rápidos de alta capacidade que permite a integração de toda a cidade de Curitiba, no Paraná. Considerado um dos mais relevantes projetos de mobilidade urbana no mundo, o BRT foi implantado em 1974 e tinha como objetivo promover a reorganização do espaço público da capital paranaense.

Com pista exclusiva e uma rede integrada que multiplica as possibilidade de deslocamentos, o BRT utiliza as vias já existentes e cobre todo território de Curitiba. Quem quiser utilizar o sistema, precisa acessar uma estação de BRT e pagar antes de entrar. A cobrança feita fora do veículo reduz o tempo de espera dos passageiros a cada parada.

Devido ao grande sucesso do modelo, cidades como o Rio de Janeiro, Bogotá (Colômbia), Guangzhou (China) e Cidade do México (México) também adotaram o BRT em seus sistemas de transporte público.

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Política cicloviária e carros elétricos em Fortaleza

Desde o início da implantação da Zona Azul Digital em Fortaleza, a prefeitura municipal destina 100% do valor arrecadado com a venda de cartões de estacionamento para a ampliação da política cicloviária da cidade. A arrecadação é revertida em investimentos para ampliar a malha cicloviária e financiar programas como o Bicicleta Integrada e o Bicicletar.

Além do compartilhamento de bikes, Fortaleza também possui o seu próprio sistema de compartilhamento de carros elétricos. O programa Veículos Alternativos para Mobilidade (VAMO) é um projeto público pioneiro na América Latina e tem como objetivo estimular o uso da energia sustentável.

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